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Danos da seca e da fome no Brasil

A seca é um fenômeno natural entendido como a deficiência em precipitação por um extenso período de tempo, devido a pouca influência de massas de ar úmidas em determinadas regiões. No entanto, a ação antrópica também contribui para esse cenário, vide o desmatamento.

O período de estiagem tem como consequência a redução da produção agropecuária, a fome e a miséria em virtude da crise social e econômica local, as doenças acarretadas pelo consumo de água contaminada e o êxodo rural. Ademais, tal fenômeno não atinge apenas àqueles nas regiões afetadas diretamente, mas também tem repercussões negativas no âmbito federal, posto que tal mazela atinge cidades como São Paulo devido ao inchaço populacional, ao subemprego e, posteriormente, à manutenção do ciclo da pobreza e ao aumento da criminalidade.

Assim, é de interesse do Estado solucionar essa questão. Contudo, as ações públicas assistencialistas nem sempre funcionam, e mesmo quando funcionam não são efetivas, pois a população continua necessitando do auxílio governamental.

Dessa forma, para diminuir o impacto das secas são necessárias construções de cisternas, açudes artificiais e barragens, investimento em infraestrutura, implantação de um sistema de desenvolvimento sustentável na região afetada e incentivo à agricultura adaptada ao clima e ao solo, com o fito de instruir uma sociedade mais resiliente - capaz de resolver e adaptar-se aos efeitos do clima -.

Não obstante, o Brasil não sofre com a falta de água, recurso abundante no país, o qual possui cerca de 12% da água doce mundial segundo a ANA ( Agência Nacional de Água e Saneamento Básico). Porém, a má distribuição entre as regiões resulta na realidade supracitada.

Além das ações governamentais, empresas privadas também estão lutando para diminuir o desperdício de água e para ajudar populações em situação de seca. Um exemplo dessa iniciativa é a PackH20, mochila para transporte de água, desenvolvida com o apoio da Greif, empresa do setor de embalagens industriais. O produto foi criado com o intuito de diminuir as vulnerabilidades das famílias do Haiti após um terremoto. As mochilas são distribuídas em regiões identificadas com alto grau de vulnerabilidade hídrica, onde as pessoas precisam se deslocar para obter o recurso. O custo total é de 10 dólares por mochila, já incluindo os gastos com a logística de entrega. Com as mochilas em mãos, um lugar carente é escolhido para ser beneficiado e ONGs e outras instituições sem fins lucrativos da região são contatadas para receber os produtos e treinar as pessoas sobre como utilizá-las.

No Brasil, as packs ainda não foram distribuídas, mas está na lista de locais prioritários para a Greif. “A gente lançou a campanha para alavancar as questões com a pack, só que não tivemos a adesão das empresas”, comenta o representante do produto sobre a distribuição no Nordeste brasileiro. Por essa vereda, é evidente o desinteresse das empresas brasileiras em promover ações humanitárias.

A ONG Habitat para a Humanidade Brasil, que trabalha com acesso à moradia adequada, lançou o projeto Água para Vidas em 2012 para trabalhar com famílias rurais no semiárido nordestino, atuando justamente na questão do acesso a água. Através da construção de cisternas e reparo de telhados para captação da chuva, a iniciativa já auxiliou quase 500 famílias de baixa renda espalhadas por 15 municípios do interior de Pernambuco. O projeto arrecada recursos por meio de doações da iniciativa privada e conta com parcerias para a execução das construções. Recentemente, alunos da PUC-Rio firmaram uma parceria com a ONG e conseguiram arrecadar mais de R$ 58 mil através de um crowdfunding.

Por esse prisma, todas as instituições públicas educacionais do pais deveriam incitar o contado e o acesso a ONGS e a projetos humanitários nos jovens a fim de aumentar sua participação direta nas lutas para o desenvolvimento humano.

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