Pular para o conteúdo principal

Tema da Semana: As vacinas como uma garantia ao direito à saúde da população.

 

As vacinas como uma garantia ao direito à saúde da população.

De acordo com a Farmacologia e com a Imunologia, vacina é a suspensão de microrganismos patogênicos, mortos ou atenuados, introduzida em um organismo, a fim de provocar a formação de anticorpos contra determinado agente infectante. As vacinas têm como função estimular o sistema imune a produzir anticorpos, que têm como objetivo proteger o organismo da invasão por bactérias e por vírus responsáveis por causar doenças infecciosas.

O ditado popular “melhor prevenir do que remediar” se aplica perfeitamente à vacinação. Muitas doenças comuns no Brasil e no mundo deixaram de ser um problema de saúde pública por causa da vacinação massiva da população. Poliomielite, sarampo, rubéola, tétano e coqueluche são só alguns exemplos de doenças comuns no passado e que as novas gerações só ouvem falar em histórias.

Eventuais reações como febre e dor local, podem ocorrer após a aplicação de uma vacina, mas os benefícios da imunização são muito maiores que os riscos dessas reações temporárias. É importante saber, também, que toda vacina licenciada para uso passou antes por diversas fases de avaliação, desde os processos iniciais de desenvolvimento até a produção e a fase final que é a aplicação, garantindo assim sua segurança. Além disso, elas são avaliadas e aprovadas por institutos reguladores muito rígidos e independentes. No Brasil, essa função cabe à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão vinculado ao Ministério da Saúde. 

 

 

CONHEÇA ALGUMAS FAKE NEWS SOBRE A VACINAÇÃO


Como uma alternativa para a atenuação da disseminação de fake news, o Ministério da Saúde, de forma inovadora, passou a disponibilizar um número de Whatsapp para envio de mensagens da população. Qualquer cidadão poderá enviar gratuitamente mensagens com imagens ou com textos que tenha recebido nas redes sociais para confirmar se a informação procede, antes de continuar compartilhando. Então, é de suma relevância que o cidadão procure fontes confiáveis para tirar suas dúvidas e, assim, poder realizar, no caso discussão abordada, a vacinação de forma segura e tranqüila.

É importante ressaltar, ainda, que a vacinação não beneficia somente a pessoa que recebeu a dose. Com a diminuição da circulação dos vírus e das bactérias que causam as doenças, a vacina beneficia a população como um todo – incluindo aquelas pessoas que tenham algum tipo de restrição ao uso da vacina, como alergias ou doenças imunes, e até recém nascidos. Exemplo de êxito da imunização, a varíola se tornou a primeira doença erradicada do planeta. Anteriormente, a doença, capaz de matar cerca de 30% dos infectados, dizimou boa parte da população do Rio de Janeiro no início do século 20.

O que garante a Carta Magna de 88?

§  Art São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a Segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

§  196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

História da vacina

Quando foi descoberta no Reino Unido, no final do século XVIII, a vacina assustou e causou muito horror em toda população que não estava acostumada com aquilo.  Mas foi através dessa descoberta que a varíola, doença viral muito grave na época, foi erradicada. Desde então, os estudos e as pesquisas sobre esse método preventivo vem se aperfeiçoando e, hoje em dia, o Brasil é uma referência mundial nesse assunto, visto que tal distribui, gratuitamente, cerca de vinte tipos de vacina, além de que nosso País já conseguiu erradicar doenças que ainda circulam em outros.

v  EVOLUÇÃO DA VACINA NO BRASIL

1904: Obrigatoriedade da vacinação contra varíola.
1961: Início da produção no Brasil de vacina contra varíola e realização das primeiras campanhas com a vacina oral contra poliomielite.
1966: Início da Campanha de Erradicação da Varíola.
1971: Implantação do Plano Nacional de Controle da Poliomielite.
1973:
 Certificação Internacional da Erradicação da Varíola no Brasil; Instituição do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e realização de campanhas de vacinação contra o sarampo em diversos estados brasileiros.
1975: Realização da Campanha Nacional de Vacinação contra a meningite meningocócica.
1977: Aprovação da meta de imunizar todas as crianças do mundo até 1990. Definição das vacinas obrigatórias para os menores de um ano em todo o território nacional e aprovação do modelo da Caderneta de Vacinações válida em todo território nacional.
1986: Criação do personagem-símbolo da erradicação da poliomielite, o Zé Gotinha.
1987: Mudança na formulação da vacina oral contra a poliomielite, aumentado a concentração do poliovírus tipo 3.
1989: Ocorrência do último caso de poliomielite no Brasil.
1991: Introdução da vacinação contra a febre amarela na rotina permanente das áreas endêmicas; Início do Plano de Eliminação do Tétano Neonatal, com vacinação de mulheres em idade fértil, nas regiões de risco.
1992: Implantação do Plano Nacional de Eliminação do Sarampo, com campanha nacional em menores de 15 anos. Implantação da vacina contra Hepatite B em todo país. Implantação da segunda dose da vacina contra sarampo aos 15 meses, em todo país.
1996: Realização de campanha nacional de vacinação contra hepatite B.
1998: Implantação na rotina da vacina contra o Haemophilus ingluenzae tipo B para
menores de um ano, em todo país.
2000: Concretizado calendário básico para vacinação dos povos indígenas. Realização da terceira campanha nacional de vacinação contra sarampo de seguimento para a população de um a 11 anos, com cobertura de 100%.
2001: No Brasil, 5.599 casos suspeitos de sarampo são notificados, dos quais apenas um é confirmado, importado do Japão.
2002: Implanta-se vacina combinada DTP Hib (difteria, tétano, coqueluche e Haemophilus ingluenzae tipo B para os menores de cinco anos de idade.
2008: Campanha Nacional de Vacinação para Eliminação da Rubéola, com 67 milhões de pessoas vacinadas.
2010: Incorporação das vacinas pneumocócica 10-Valente e da Meningocócica C no calendário infantil.
2010: Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe Pandêmica
.

Fonte: Ministério da Saúde

Motivos que contribuem para a queda da vacinação no Brasil.

  Como nós sabemos, nem sempre esse método preventivo foi aceito por todos; no Brasil ocorreu a chamada Revolta da Vacina, a qual ocorreu em 1904, quando o estado do Rio de Janeiro lançou a primeira campanha de vacinação obrigatória contra a varíola, de forma autoritária, sem dar grandes informações para a população, a qual ainda estava assustada com esse método desconhecido;

  Já nos dias atuais, algumas pessoas criticam a forma como as vacinas são desenvolvidas ou a falta de liberdade individual na obrigatoriedade de tomá-las;

  Além disso, outras pessoas alegam não ser bom para a saúde tomar uma quantidade excessiva de substâncias;

  Outro quesito que contribui muito para a queda da vacinação são as pesquisas em fontes não confiáveis da internet; muitos pais se assustam com o que leem em sites de pesquisa e, com isso, evitam levar os seus filhos pequenos para vacinar porque ficam com medo dos efeitos colaterais.

Outros repertórios socioculturais

 

  1. “As vacinas foram o maior avanço da história da medicina” – Drauzio Varella
  2. O livro “Capitães da Areia”, publicado em 1937, depois da revolta das vacinas, em 1904 mostra, dentre vários problemas sociais, a precariedade da saúde para quem sofre com a falta de oportunidade e de informação.
  3. É possível relacionar que falta de informação pode interferir na escolha dos pais de levarem seus filhos para se vacinar. Isso afeta, sobretudo, camadas mais vulneráveis da população, as quais não entendem as consequências da falta de imunização preventiva. E com isso pode-se citar o filósofo Émile Durkheim, o qual afirma que a sociedade é como um corpo biológico, onde as partes devem interagir para garantir a coesão e a igualdade. Dessa forma, sem o engajamento de todas as camadas sociais, o País pode voltar a sofrer com os efeitos ocasionados por doenças graves, como o sarampo, a poliomielite e a rubéola.

4.      Filme “Contágio” (2011): Contágio segue o rápido progresso de um vírus letal, transmissível pelo ar, que mata em poucos dias. Como a epidemia se espalha rapidamente, a comunidade médica mundial inicia uma corrida para encontrar a cura e controlar o pânico que se espalha mais rápido do que o próprio vírus. Ao mesmo tempo, pessoas comuns lutam para sobreviver em uma sociedade que está desmoronando.

 

5.      FLU (A GRIPE): Bundang, no subúrbio de Seul, está passando por uma epidemia devastadora. Byung-woo (Erik Scott Kimerer) morre em decorrência de um vírus desconhecido. No início, o vírus não recebe importânica, e a população não se previne. Em pouco tempo, centenas de moradores da região são atingidos pelo vírus. O caos de instaura. O governo do país pede isolamento da área. Enquanto isso, um especialista procura o sangue que será capaz de desenvolver a vacina contra o vírus.

 

6.      Vacinar, sim ou não? Um guia fundamental (Livro por Gabriel Oselka e Guido Carlos Levi): Escrito por dois pediatras e um infectologista, todos com vasta experiência em imunização, este livro apresenta: • um histórico do surgimento e da consolidação das vacinas; • os benefícios da imunização para a saúde individual e coletiva; • os mitos – pseudocientíficos e religiosos – associados a elas, como o de que a vacina tríplice viral provoca autismo; • as respostas da ciência a esses mitos; • as consequências da não vacinação para os indivíduos e a comunidade; • as reações adversas esperadas e como agir caso isso aconteça; • as implicações éticas e legais da vacinação compulsória.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Tema da Semana - Direito à moradia

  Tema da Semana: a questão dos moradores de rua e a ineficácia da garantia do direito à moradia no Brasil. *Porque pessoas vivem em situação de rua * A população em situação de rua é composta por pessoas com diferentes realidades, mas que têm em comum a condição de pobreza absoluta, de vínculos interrompidos ou fragilizados e a falta de habitação convencional regular. É consenso entre estudiosos que crises econômicas graves e prolongadas estimulam o aumento da população sem emprego e moradia disposta a ocupar calçadas, viadutos e praças. Especialmente quando há muita gente abaixo da linha da pobreza e as políticas de assistência e promoção social são inexistentes ou falhas. O professor da UFMG, André Luiz Dias, aponta que a falta de políticas públicas estruturantes: moradia, trabalho, renda, educação e saúde, influencia no aumento dessa população  No Brasil atual, as crises econômicas e as políticas públicas frágeis resultaram em 12 milhões de desempregados e 54,8 milhões de ...