As vacinas como uma garantia ao direito à saúde da população.
◈ De acordo com a Farmacologia e com a
Imunologia, vacina é a suspensão de microrganismos patogênicos,
mortos ou atenuados, introduzida em um organismo, a fim de provocar a formação
de anticorpos contra determinado agente infectante. As vacinas têm como função estimular
o sistema imune a produzir anticorpos, que têm como objetivo proteger o
organismo da invasão por bactérias e por vírus responsáveis por causar doenças
infecciosas.
O ditado popular “melhor prevenir do que remediar” se aplica
perfeitamente à vacinação. Muitas doenças comuns no Brasil e no mundo deixaram
de ser um problema de saúde pública por causa da vacinação massiva da
população. Poliomielite, sarampo, rubéola, tétano e coqueluche são só alguns
exemplos de doenças comuns no passado e que as novas gerações só ouvem falar em
histórias.
Eventuais
reações como febre e dor local, podem ocorrer após a aplicação de uma vacina,
mas os benefícios da imunização são muito maiores que os riscos dessas reações
temporárias. É importante saber, também, que toda vacina licenciada para uso
passou antes por diversas fases de avaliação, desde os processos iniciais de
desenvolvimento até a produção e a fase final que é a aplicação, garantindo
assim sua segurança. Além disso, elas são avaliadas e aprovadas por institutos
reguladores muito rígidos e independentes. No Brasil, essa função cabe à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão
vinculado ao Ministério da Saúde.
▷ CONHEÇA ALGUMAS FAKE NEWS SOBRE A
VACINAÇÃO
Como uma alternativa para a atenuação da disseminação de fake news, o Ministério da Saúde, de forma inovadora, passou a disponibilizar um número de Whatsapp para envio de mensagens da população. Qualquer cidadão poderá enviar gratuitamente mensagens com imagens ou com textos que tenha recebido nas redes sociais para confirmar se a informação procede, antes de continuar compartilhando. Então, é de suma relevância que o cidadão procure fontes confiáveis para tirar suas dúvidas e, assim, poder realizar, no caso discussão abordada, a vacinação de forma segura e tranqüila.
◈É importante
ressaltar, ainda, que a vacinação não beneficia somente a pessoa que recebeu a
dose. Com a diminuição da circulação dos vírus e das bactérias que causam as
doenças, a vacina beneficia a população como um todo – incluindo aquelas
pessoas que tenham algum tipo de restrição ao uso da vacina, como alergias ou
doenças imunes, e até recém nascidos. Exemplo de êxito da imunização, a varíola
se tornou a primeira doença erradicada do planeta. Anteriormente, a doença,
capaz de matar cerca de 30% dos infectados, dizimou boa parte da população do
Rio de Janeiro no início do século 20.
▷ O que garante a Carta Magna de 88?
§
Art. 6º São direitos sociais a
educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o
lazer, a Segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
§ 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
▷
História da vacina
Quando foi descoberta no Reino Unido,
no final do século XVIII, a vacina assustou e causou muito horror em toda
população que não estava acostumada com aquilo.
Mas foi através dessa descoberta que a varíola, doença viral muito grave
na época, foi erradicada. Desde então, os estudos e as pesquisas sobre esse
método preventivo vem se aperfeiçoando e, hoje em dia, o Brasil é uma
referência mundial nesse assunto, visto que tal distribui, gratuitamente, cerca
de vinte tipos de vacina, além de que nosso País já conseguiu erradicar doenças
que ainda circulam em outros.
v EVOLUÇÃO DA VACINA NO BRASIL
1904: Obrigatoriedade
da vacinação contra varíola.
1961: Início da produção no Brasil de vacina contra varíola e
realização das primeiras campanhas com a vacina oral contra poliomielite.
1966: Início da Campanha de Erradicação da Varíola.
1971: Implantação do Plano Nacional de Controle da Poliomielite.
1973: Certificação Internacional da Erradicação da Varíola no Brasil;
Instituição do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e realização de campanhas
de vacinação contra o sarampo em diversos estados brasileiros.
1975: Realização da Campanha Nacional de Vacinação contra a
meningite meningocócica.
1977: Aprovação da meta de imunizar todas as crianças do mundo até
1990. Definição das vacinas obrigatórias para os menores de um ano em todo o
território nacional e aprovação do modelo da Caderneta de Vacinações válida em
todo território nacional.
1986: Criação do personagem-símbolo da erradicação da poliomielite,
o Zé Gotinha.
1987: Mudança na formulação da vacina oral contra a poliomielite,
aumentado a concentração do poliovírus tipo 3.
1989: Ocorrência do último caso de poliomielite no Brasil.
1991: Introdução da vacinação contra a febre amarela na rotina
permanente das áreas endêmicas; Início do Plano de Eliminação do Tétano
Neonatal, com vacinação de mulheres em idade fértil, nas regiões de risco.
1992: Implantação do Plano Nacional de Eliminação do Sarampo, com
campanha nacional em menores de 15 anos. Implantação da vacina contra Hepatite
B em todo país. Implantação da segunda dose da vacina contra sarampo aos 15
meses, em todo país.
1996: Realização de campanha nacional de vacinação contra hepatite
B.
1998: Implantação na rotina da vacina contra o Haemophilus
ingluenzae tipo B para menores de
um ano, em todo país.
2000: Concretizado calendário básico para vacinação dos povos
indígenas. Realização da terceira campanha nacional de vacinação contra sarampo
de seguimento para a população de um a 11 anos, com cobertura de 100%.
2001: No Brasil, 5.599 casos suspeitos de sarampo são notificados,
dos quais apenas um é confirmado, importado do Japão.
2002: Implanta-se vacina combinada DTP Hib (difteria, tétano,
coqueluche e Haemophilus ingluenzae tipo B para os menores de cinco anos de idade.
2008: Campanha Nacional de Vacinação para Eliminação da Rubéola,
com 67 milhões de pessoas vacinadas.
2010: Incorporação das vacinas pneumocócica 10-Valente e da
Meningocócica C no calendário infantil.
2010: Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe Pandêmica.
Fonte: Ministério
da Saúde
▷ Motivos que
contribuem para a queda da vacinação no Brasil.
Como nós
sabemos, nem sempre esse método preventivo foi aceito por todos; no Brasil
ocorreu a chamada Revolta da Vacina, a qual ocorreu em 1904, quando o estado do
Rio de Janeiro lançou a primeira campanha de vacinação obrigatória contra a
varíola, de forma autoritária, sem dar grandes informações para a população, a
qual ainda estava assustada com esse método desconhecido;
Já nos dias
atuais, algumas pessoas criticam a forma como as vacinas são desenvolvidas ou a
falta de liberdade individual na obrigatoriedade de tomá-las;
Além disso,
outras pessoas alegam não ser bom para a saúde tomar uma quantidade excessiva
de substâncias;
Outro quesito que contribui muito para a queda da vacinação são as pesquisas em fontes não confiáveis da internet; muitos pais se assustam com o que leem em sites de pesquisa e, com isso, evitam levar os seus filhos pequenos para vacinar porque ficam com medo dos efeitos colaterais.
▷ Outros repertórios
socioculturais
- “As vacinas
foram o maior avanço da história da medicina” – Drauzio Varella
- O livro “Capitães
da Areia”, publicado em 1937, depois da revolta das vacinas, em 1904 mostra, dentre
vários problemas sociais, a precariedade da saúde para quem sofre com a
falta de oportunidade e de informação.
- É possível
relacionar que falta de informação pode interferir na escolha dos pais de
levarem seus filhos para se vacinar. Isso afeta, sobretudo, camadas mais
vulneráveis da população, as quais não entendem as consequências da falta
de imunização preventiva. E com isso pode-se citar o filósofo Émile
Durkheim, o qual afirma que a sociedade é como um corpo biológico, onde as
partes devem interagir para garantir a coesão e a igualdade. Dessa forma,
sem o engajamento de todas as camadas sociais, o País pode voltar a sofrer
com os efeitos ocasionados por doenças graves, como o sarampo, a
poliomielite e a rubéola.
4. Filme
“Contágio” (2011): Contágio segue o rápido progresso de um
vírus letal, transmissível pelo ar, que mata em poucos dias. Como a epidemia se
espalha rapidamente, a comunidade médica mundial inicia uma corrida para
encontrar a cura e controlar o pânico que se espalha mais rápido do que o
próprio vírus. Ao mesmo tempo, pessoas comuns lutam para sobreviver em uma
sociedade que está desmoronando.
5.
FLU
(A GRIPE): Bundang, no subúrbio de Seul, está passando
por uma epidemia devastadora. Byung-woo (Erik Scott Kimerer) morre em
decorrência de um vírus desconhecido. No início, o vírus não recebe
importânica, e a população não se previne. Em pouco tempo, centenas de
moradores da região são atingidos pelo vírus. O caos de instaura. O governo do
país pede isolamento da área. Enquanto isso, um especialista procura o sangue
que será capaz de desenvolver a vacina contra o vírus.
6.
Vacinar, sim ou não? Um guia
fundamental (Livro por Gabriel Oselka e Guido Carlos Levi): Escrito por dois
pediatras e um infectologista, todos com vasta experiência em imunização, este
livro apresenta: • um histórico do surgimento e da consolidação das vacinas; •
os benefícios da imunização para a saúde individual e coletiva; • os mitos –
pseudocientíficos e religiosos – associados a elas, como o de que a vacina
tríplice viral provoca autismo; • as respostas da ciência a esses mitos; • as
consequências da não vacinação para os indivíduos e a comunidade; • as reações
adversas esperadas e como agir caso isso aconteça; • as implicações éticas e
legais da vacinação compulsória.
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